Como a Abordagem Compassiva se Difere de Outras Técnicas na Terapia
Como a Abordagem Compassiva se Difere de Outras Técnicas na Terapia
As sutilezas da Abordagem Compassiva
Uma coisa muito importante no entendimento compassivo é o “não conserto”, essa máxima vale igualmente para a terapia, nós não queremos consertar o cliente/paciente/interagente, nem nenhuma de suas emoções. Tudo é bem-vindo, tudo tem sua lógica e seu espaço para estar presente. E isso já difere bastante de outras terapias onde se busca uma solução ou se constrói uma análise. É comum também que em muitas terapias haja um temor no contato mais profundo com as emoções, o que não acontece na abordagem compassiva.
O terapeuta busca dar espaço para que o essencial se aproxime. Para que tudo aquilo que normalmente é escondido seja gentilmente visto, acolhido. Há também uma condução para o foco nas sensações do corpo e nos sentimentos, dando espaço para essa percepção ao interagente, que pode se relacionar com seu mundo interno, num espaço que lhe seja seguro e sem julgamentos.
Há um ritmo na condução, sem pressa… não estamos pressionando, mas sim apoiando o relacionamento interno em seu próprio ritmo. O resultado costuma ser de insights, sensações corporais acolhedoras, maior segurança, processamentos de traumas e um bem-estar geral, reintegrando corpo-mente.
Fiz esse breve resumo sobre a abordagem compassiva, a que me dedico em atendimentos, dentro dos mais diversos aprendizados, como Neuroprocessamento, Teorias de Partes e atualmente aprofundando no Compassionate Inquiry. Para quem quiser conhecer uma sessão, clique no link:
E abaixo segue um texto do próprio CI que é bastante esclarecedor:
Como terapeuta, uso o Compassionate Inquiry® para ajudar os clientes a explorar as raízes de sua dor emocional, concentrando-me na conexão mente-corpo e no impacto do trauma. O Compassionate Inquiry® é uma abordagem psicoterapêutica criada pelo Dr. Gabor Maté ao longo de várias décadas, enquanto trabalhava com pacientes e participantes de retiros. Ela foi posteriormente desenvolvida em um programa de treinamento por Sat Dharam Kaur ND. Diferentemente de terapias mais diretivas ou focadas em soluções, essa abordagem enfatiza a exploração conduzida pelo cliente, a compaixão profunda e a criação de um espaço seguro e sem julgamentos para a autodescoberta. Ao integrar sensações físicas e percepções emocionais, ela facilita a cura da pessoa como um todo, permitindo que os clientes liberem traumas e avancem em direção à autocompaixão e à compreensão.
Como terapeuta, sinto-me profundamente atraída pela profunda profundidade que a Compassionate Inquiry® traz ao processo terapêutico. Desenvolvida pelo Dr. Gabor Maté e Sat Dharam Kaur ND, essa abordagem se concentra na compreensão das raízes do sofrimento psicológico por meio da empatia, da curiosidade e do não julgamento. A abordagem incentiva uma exploração profunda e compassiva do mundo interior do cliente, em que o terapeuta não atua como um consertador, mas como um guia que testemunha e facilita a autodescoberta do cliente. É uma abordagem que se diferencia de outras técnicas psicoterapêuticas de várias maneiras significativas.
Como praticantes do Compassionate Inquiry®, uma das primeiras coisas a que prestamos atenção é como o trauma passado de um cliente pode estar se manifestando em seu corpo. O Compassionate Inquiry® enfatiza que os traumas, especialmente os do início da vida, geralmente são armazenados no corpo, manifestando-se como padrões emocionais e psicológicos que persistem na vida adulta. Em vez de nos concentrarmos apenas na mudança de pensamentos ou comportamentos, trabalhamos com os clientes para descobrir as formas como seus corpos se apegam a essas experiências.
Isso difere da terapia cognitivo-comportamental (TCC), que se concentra na mudança de padrões de pensamentos negativos. Embora a TCC possa ser eficaz, acho que o Compassionate Inquiry® permite uma exploração muito mais profunda ao envolver o corpo no processo de cura. Quando ajudo os clientes a se conectarem com suas sensações físicas – áreas de tensão, dormência ou peso – isso abre uma porta para a compreensão de como o trauma não é apenas uma experiência mental, mas também profundamente somática.
Durante uma sessão do Compassionate Inquiry®, o Terapeuta usa uma abordagem conduzida pelo cliente. Em vez de fornecer soluções ou orientações, convidamos os clientes a explorar suas experiências internas em seu próprio ritmo. Nossa função é fazer perguntas reflexivas, oferecer observações gentis e criar um espaço onde eles se sintam seguros o suficiente para deixarem suas verdades emergirem.
Isso contrasta com outras abordagens, como a terapia focada em soluções, em que o terapeuta é mais diretivo e tem como objetivo resolver rapidamente os problemas. Acredito que há um grande valor em dar tempo aos clientes para que descubram percepções mais profundas sobre si mesmos, em vez de se apressarem em encontrar uma solução. O Compassionate Inquiry® permite um processo mais lento e orgânico de autodescoberta, que geralmente leva a uma cura profunda.
O coração do Compassionate Inquiry® está no próprio relacionamento terapêutico. Nosso objetivo é abordar os clientes com profunda compaixão, criando um ambiente em que eles se sintam seguros para explorar até mesmo as partes mais vulneráveis de si mesmos. Nesse espaço, eles podem examinar emoções e memórias que, de outra forma, poderiam ter mantido ocultas.
Isso contrasta com algumas outras abordagens, como a terapia psicodinâmica, em que o terapeuta pode assumir uma postura mais interpretativa ou, ocasionalmente, autoritária. Embora essas percepções possam ser valiosas, descobri que meus clientes prosperam quando sentem que somos iguais no processo. Nosso papel é orientar, mas nunca direcionar ou impor nossas interpretações.
Um dos elementos exclusivos que um praticante do Compassionate Inquiry® pode trazer para a sessão é um forte foco na conexão entre a mente e o corpo. Muitas vezes, incentivamos os clientes a se sintonizarem com suas sensações físicas durante as sessões, porque o corpo geralmente contém a chave para percepções emocionais mais profundas. Quando eles conseguem identificar em que parte do corpo sentem emoções – seja um aperto no peito ou um nó no estômago – isso ajuda a desbloquear essas experiências emocionais que, de outra forma, poderiam ser suprimidas ou mal compreendidas.
Esse foco somático diferencia o Compassionate Inquiry de muitas terapias tradicionais de conversação, que tendem a se concentrar principalmente na expressão verbal e no insight cognitivo. Em minha experiência, ao integrar a consciência corporal à terapia, meus clientes conseguem processar as emoções de forma mais completa e liberar o trauma armazenado em seus corpos, o que leva a um processo de cura mais completo e holístico.
Um dos aspectos mais gratificantes desse trabalho é ajudar os clientes a reconhecer as formas como se adaptaram a traumas ou dores passadas. Muitas vezes, essas adaptações – como evitação emocional, autoconfiança negativa ou agradar às pessoas – foram necessárias para a sobrevivência em algum momento. O Compassionate Inquiry® nos permite explorar esses padrões sem julgamentos, ajudando os clientes a entender por que os desenvolveram e como eles podem não servir mais para eles.
Essa abordagem é diferente de técnicas como a terapia cognitivo-comportamental, em que o objetivo geralmente é desafiar e mudar pensamentos e comportamentos desadaptativos. Embora isso possa ser útil, entender e aceitar por que esses padrões se desenvolveram é uma etapa crucial para a cura. Ao honrar essas adaptações, os clientes conseguem liberá-las mais naturalmente, muitas vezes sem a necessidade de força ou pressão.
Embora nem sempre seja central em todas as sessões, o Compassionate Inquiry® pode ajudar a criar espaço para que os clientes explorem as dimensões existenciais ou espirituais de sua cura, se assim desejarem. Alguns de meus clientes buscam se conectar com um senso mais profundo de si mesmo ou com um propósito mais elevado, e essa abordagem permite essa exploração. Trata-se de ajudar os clientes a se reconectarem com sua essência, além da mente condicionada ou do ego, e a explorar um senso de significado que pode ser muito curativo.
Esse aspecto espiritual é algo que não encontrei em terapias seculares e mais estruturadas, como a terapia comportamental dialética (DBT) ou a TCC, que se concentram no ensino de habilidades práticas para gerenciar o sofrimento. Embora esses métodos sejam valiosos, o Compassionate Inquiry® oferece uma abordagem que integra mente, corpo e espírito, permitindo que os clientes se envolvam com questões de significado e identidade em um nível mais profundo.
Como terapeuta, vi em primeira mão o poder transformador do Compassionate Inquiry®. Ela oferece um espaço profundamente compassivo e sem julgamentos onde os clientes podem explorar seus mundos internos em seu próprio ritmo. Ao contrário de terapias mais diretivas ou focadas em soluções, o Compassionate Inquiry® incentiva um processo conduzido pelo cliente que honra a conexão mente-corpo, explora o trauma com curiosidade e oferece um espaço holístico para a cura. Por meio dessa abordagem, os profissionais da CI ajudam seus clientes a descobrirem verdades emocionais, a liberarem padrões antigos e a se aproximarem de um relacionamento mais compassivo consigo mesmos. Isso é algo que torna o Compassionate Inquiry® tão distinto e eficaz – é um método de cura que honra a complexidade e a profundidade da experiência humana, permitindo uma transformação profunda por meio da autocompaixão e da compreensão.
Texto publicado originalmente no Blog em Inglês do CI em 19 de Novembro de 2024 by Charon Normand-Widmer