A autocompaixão é um estado fisiológico mensurável, capaz de modificar o funcionamento do nosso sistema nervoso.
Neuromoduladores como betaendorfina, ocitocina e endorfina são reguladores naturais da ansiedade e antídotos aos neurohormônios ligados a consolidação de memórias que sustentam o trauma.
A ocitocina e a endorfina (hormônio do bem-estar) são liberados em estados em que nos sentimos cuidados, amados e seguros. É o Circuito de Cuidados dos mamíferos que se ativa em nosso cérebro. Podemos treinar e fortalecer esse Circuito através da autocompaixão, sentindo bem estar, satisfação, ao invés dos estados hipervigilantes e em busca de recompensa imediata.
Além disso, em autoaversão o atacante e atacado somos nós mesmos!
O autotoque também ajuda na regulação a nos sentirmos mais amparados, atenuando dores, trazendo segurança e liberando também hormônios de bem-estar.
Aumento de ocitocina e endorfinas
A ocitocina, conhecida como o "hormônio do vínculo e do cuidado", aumenta quando praticamos autocompaixão. Isso cria uma sensação de calma, segurança, conexão e pertencimento. Também estimula o sistema de afiliação do cérebro, associado a vínculos amorosos e bem-estar.
Redução do cortisol
O cortisol é o hormônio do estresse. Estudos mostram que a autocompaixão reduz os níveis de cortisol no sangue, ajudando o corpo a sair do estado de alerta constante e entrar em regulação emocional. Isso tem impacto direto na imunidade, no sono e na saúde mental.
Regulação da noradrenalina
A noradrenalina, ligada à resposta de “luta ou fuga”, diminui quando cultivamos uma postura interna acolhedora. Com menos noradrenalina, o corpo reduz a tensão muscular, a irritabilidade e a reatividade emocional.
Ativação do nervo vago
Práticas de autocompaixão ativam o nervo vago, que regula o sistema parassimpático — o sistema de “descanso e digestão”. Isso acalma o coração, melhora a digestão e restaura o equilíbrio interno.
A prática da autocompaixão ensina o cérebro a lidar com emoções difíceis de forma regulada, integrando sistemas que acalmam o corpo (parassimpático) e ampliam o espaço de escolha consciente, em vez de reação automática.
Kristin Neff e Chris Germer: mostraram que programas de Mindful Self-Compassion reduzem marcadores de estresse e fortalecem áreas cerebrais de empatia e autorregulação.
Richard Davidson: demonstrou que práticas de compaixão alteram a atividade do córtex pré-frontal esquerdo, associado a emoções positivas e resiliência.
♥ Diversos estudos empíricos mostram que níveis mais altos de autocompaixão estão associados a:
Menor depressão, ansiedade e estresse;
Maior resiliência emocional;
Redução da autocrítica e perfeccionismo;
Melhoria na ideia da imagem corporal (maior aceitação);
Mais motivação saudável (não punitiva);
Melhor regulação emocional e satisfação com a vida;
O cérebro aprende a "desligar" a rota do ataque/ameaça e "ligar" a rota do cuidado;
A sensação de segurança interna aumenta, em consequência também reduzindo estresse e ansiedade.